Rafael Azevedo, pseudónimo de Luís Dias, aluno do 12°ano do CISP da ARTEAM, foi o vencedor do Prémio Escolar António Manuel Couto Viana, na modalidade Poesia - ensino secundário, com o poema “Fim, demasiado.”
Este concurso, criado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo e dinamizado pela Biblioteca Municipal em homenagem à vida e obra do escritor vianense António Manuel Couto Viana, tem como objetivos dar a conhecer a obra literária do autor e premiar o talento literário e artístico da comunidade escolar vianense.
Parabéns, Luís Dias!!
O que nos une é a música e a poesia também.
Fim, demasiado.
O relógio é o metrônomo da vida e eu ouço-o, entre o vazio da escuridão, entre o ar que me separa dela.
O relógio é o metrônomo da vida e nada vejo se não a negação a amar, entre a negação a olhares, entre a negação a palavras.
O relógio é o metrônomo da vida e está parado, diante de mim e dela, diante o tudo que se tornou em nada, dia(m)ante de falta de razão.
Tentei olhar(-te) mas não obtive (a) resposta, a crise das palavras passou, agora existem demasiadas e nenhuma delas é “amo(r)-(te)”.
Tentei sentir(-te) mas a tua pele não respondeu, a minha máquina parou, eterno velório de mim entre nada e tu(do).
Tentei amar(-te) mas nem por palavras, nem pela razão, muito menos pelo coração.
Coração, sim, respondeste. Com!? Dor.
Agora a crise, infelizmente, passou.
Passou para todo o futuro e preencheu todo o presente. O meu presente, ainda o guardo.
Estavas diante dos meus olhos, acreditas que não te vi!? Eu sei que não acreditas...
Senti demasiado para fingir que não estavas lá. Senti tudo o que rima com dor. Afinal há razão, senti amor e nem tu o podes negar - confessa!
Estava à distância de um abraço, até de um beijo... mas nem de um olhar quiseste me relembrar(-te).
(O que quero?)
Amar-te.
(O que quero?)
De uma vez por todas.
Fugi, demasiado.